Patagonia, Terra do vinho

Patagônia, Terra do vinho

A história moderna da região se iniciou com o estabelecimento de numerosas colônias e uma forte influência galesa nos séculos XVIII e XIX. O Rio Negro, principal rio da região era então conhecido como o “Nilo da América do Sul”. Em 1883 se inicia a construção do primeiro canal de irrigação. E em 1909 se estabelece a vinícola Humberto Canale, a mais antiga da região e ainda em operação. Desde o início do século XX até a crise de 1980, quando terminou o ciclo expansionista, foi um importante polo de produção de vinho. Um marco importante em tempos recentes se inicia em 1999 quando a cidade de Neuquén procurou diversificar sua produção e estabeleceu um novo polo vitícola, culminando com a conquista do IG Patagônia em 2002. 

Bem ao sul de Mendoza, a Patagônia é uma área extremamente promissora para a viticultura. O clima é muito mais fresco e os vinhos tendem a ser mais elegantes que os produzidos nos vales Mendocinos. Uma consequência desta diferença climática é o fato de que o Pinot Noir representa 13% da área plantada na Patagônia enquanto cobre apenas 1% da área plantada da Argentina. Outro número curioso se refere à pequena representação que a região tem sobre a produção total do país. São apenas 3.740 hectares, em contraste com os quase 150.000 ha de Mendoza. Um número que representa apenas 1,9% da produção argentina.

As sub-regiões de Neuquen e Rio Negro, são responsáveis pela maior área ocupada por vinhas. Com 1760 e 1620 hectares, representam 48,5% e 43% respectivamente da área cultivada. Similar a outras regiões argentinas, a Malbec é a principal casta tinta, sendo acompanhada por Merlot e Pinot Noir. Nas castas brancas, a Chardonnay mostra predominância em Neuquen, seguido pela Sauvignon Blanc. Já no Rio Negro, Torrontes (Riojano e Mendocino) predominam em uma composição mais heterogênea de castas. Lá a Sauvignon Blanc, Semillon, Chardonnay e outras variedades brancas tem uma representatividade maior.

A região que começa a mostrar potencial e interesse econômico é Chubut, a província vinícola mais ao sul da Argentina que começa no paralelo 42, mas ainda não é uma IG. Seus 17 produtores trabalham com minúsculos 75 hectares (2% da região) para produzir brancos aromáticos aptos para madeira e tintos de corpo médio, muito promissores. Vinhedos de Pinot Noir representam 74% de plantações de uvas tintas e Chardonnay, 80,5% das castas brancas. Aqui está sediada a Bodega Otronía a vinícola mais austral do mundo e principal vinícola da região, com 40ha de vinhedos e com uma área preparada para multiplicar sua produção.  Em função de suas características da região e a proposta voltada a um estilo mais elegante, suspeitamos que ainda ouviremos bastante sobre Chubut. 

As principais características da Patagônia são: 

  • Os vinhedos sempre estão em proximidade aos cursos dos rios ou às bordas. Seus solos são pedregosos e aluviais, com escassa matéria orgânica e presença de calcários, o que representa baixos rendimentos e mineralidade no vinho;
  • Clima Continental em Rio Negro, Neuquén e Chubut e Maritimos no vale inferior do Rio Negro;
  • Ventos secos e constantes do oeste que causam baixa umidade ambiente e que propicia sanidade dos vinhedos e engrossamento das cascas das uvas;
  • Abundância de luminosidade em função de sua latitude.
  • Ritmo de maturação da uva é mais lento;
  • Grande amplitude térmica entre o dia e a noite, o que proporciona boa concentração de acidez total.

Material compilado a partir da apresentação: REGIÕES VITIVINÍCOLAS DA ARGENTINA: Patagônia da winesofargentina.com

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