Bacalhau é o polivalente peixe salgado do círculo polar ártico ao qual portugueses carinhosamente concedem o seu próprio grupo de proteína animal. Segundo nossos irmãos ibéricos, bacalhau não é peixe, é Bacalhau. A versatilidade de suas receitas é gigante. De entradas ao petisco mais saboroso deste planeta, o bolinho de bacalhau, passando por delicados cozidos e extravagantes combinações que só podem ter sido elaboradas por algum ébrio esfomeado, deve, sem hesitação ser acompanhado por vinho.
A combinação de aspectos untuosos e complexos e ácidos de um vinho branco ou espumante são certeiros para a harmonização. Tintos com taninos redondos e menos proeminentes, acidez presente e aromas que predominam frutas frescas também são ideais. Embora a harmonização perfeita seja aquela que nos deixa felizes, as características de gordura, salinidade e os típicos ingredientes que acompanham as nossas queridas receitas, são mais harmoniosas com os vinhos citados.
BACALHAU À MIA
Bacalhau ao forno com batatas, alho, cebola, ovo, azeitonas portuguesas e banhado ao azeite de oliva. Ou o seu sensato bacalhau cozido, vão muito bem com os brancos mais lineares.
O foco descomplicado da Quinta do Ameal Branco (Loureiro) 2019, o perfil aromático e leve dulçor da Marlborough Sun Riesling 2019 e o aromático Amalaya Blanco (Riesling – Torrontés) 2019 são excelentes opções.
BACALHAU NUNCA CHEGA
O preferido de Abelardo Barbosa, o saudoso Chacrinha em suas frequentes visitas ao Restaurante Antiquarius no Rio de Janeiro. É um bacalhau que cozinha no leite e depois é dourado no azeite com cebolas, presunto, ovo e salsinha e finalizado com batata palha antes de ir para a mesa, é uma delicia untuosa.
Portanto, pede por acidez, mais estrutura e exuberância aromática que a receita anterior. Niepoort Douro Redoma Branco 2018 é um monstro que anda de mãos dadas com esta receita. Algo que também é alcançado pelos espumantes Casa Valduga 130 Brut 2017 e sua versão rosé Casa Valduga 130 Brut Rosé. Roses de um modo geral são ótimos para o prato. De Martino Gallardia del Itata Cinsault Rosé 2018 e Famille Tessier La P’tite Annie Rosé 2018 são lindos. Para os que preferem os tintos, vinhos mais leves como Niepoort Dão Rótulo Tinto 2016 e Marlborough Sun Pinot Noir 2017, farão a receita brilhar.
BACALHAU À ZÉ DO PIPO
Deveria estar em alguma lista internacional dos 1000 Pratos Para Conhecer Antes De Morrer. Cozido, frito e depois gratinado com uma cobertura rica de maionese, servido em uma cama de purê de batatas. É quase um despropósito em todos os sentidos, para todos os sentidos.
Aqui precisamos de estrutura, complexidade e uma dose a mais de tanino para os tintos. Para celebrar esta deliciosa combinação de sabores, as deliciosas criações de Dirk Niepoort: Redoma Branco 2018 e Redoma Tinto 2017 são escolhas fáceis para acompanhar.
Mas, é claro, estas são apenas algumas sugestões de vinhos e harmonizações que gostamos muito. Como gostamos de repetir, acompanhe com o que gosta de beber e tenha um excelente bacalhau!
ESPUMANTES
- Casa Valduga 130 Brut Espumante 2017
- Casa Valduga 130 Brut Rosé
BRANCOS
- Niepoort Douro Redoma Branco 2018
- Quinta do Ameal Branco (Loureiro) 2019
- Marlborough Sun Riesling 2019
- Amalaya Blanco (Riesling – Torrontés) 2019
ROSES
- De Martino Gallardia del Itata Cinsault Rosé 2018
- Famille Tessier La P’tite Annie Rosé 2018
- Claude Val Rosé 2019
TINTOS
- Marlborough Sun Pinot Noir 2017
- Niepoort Dão Rótulo Tinto 2016
- Niepoort Douro Redoma Tinto 2017
Texto originalmente postado na Onivino