Como escolher um vinho em 5 minutos

Como escolher um vinho em 5 minutos…

Convenhamos, vinho é complicado. Não só temos uma torrente de informações disponíveis, como também uma infinidade de permutações das variáveis que afetam as características de nossa bebida. Da uva ao solo, do clima às escolhas do produtor no processo de vinificação, tudo afeta o que bebemos. Mesmo para o profissional da área, existe a constante necessidade de estudo e atualização. 

Então é compreensível se sentir receoso de uma escolha inadequada. Por isso as regrinhas básicas são tão populares: “para vinhos baratos, Chile e Argentina”, “tinto para carne, branco para peixe”, “não compre garrafas que forem armazenadas em pé”. O problema é que generalizações são, invariavelmente, falhas e especialmente problemáticas no mundo do vinho. Elas costumam se enraizar na cabeça do consumidor, limitando a receptividade para informações novas ou para as que se opõem ao argumento anterior. 

Mas, por outro lado, precisamos delas. Queremos um guia para navegar nas prateleiras virtuais ou nas nossas lojas preferidas. Sem elas, é natural ficarmos perdidos, ou pior, desestimulados a comprar uma garrafa de vinho.

Entretanto, antes de oferecermos algumas “regrinhas básicas” podemos fazer as seguintes recomendações. Mas entenda que elas são falhas, que para toda regra há uma exceção, especialmente em se tratando de vinho. Fique aberto a recomendações, principalmente aquelas que parecem fazer sentido para você. Gostos são diferentes, portanto recomendações também devem ser. Mas não deixe de explorar. Há muito vinho interessante para ser descoberto.

Recomendações Gerais

Quem faz o vinho é o produtor. Ele é muito mais importante do que o local de origem ou a uva. Há muito vinho ruim saindo de lugar bom e muito vinho bom saindo de lugares com pouca reputação. A filosofia, a proposta e o compromisso de um produtor prevalecem sobre quase todos os outros fatores. 

Sim, bons vinhos podem vir de qualquer lugar. É verdade que a ocorrência de vinhos bons varia muito de um lugar para o outro, mas no momento atual, com os avanços no cultivo da vinha e enologia, regiões pouco conhecidas pelo grande público ou que produziam vinhos mais simples estão fazendo muita coisa boa.

Vinhos baratos no Supermercado

O supermercado costuma ter o interesse de vender em grandes quantidades. Quando este é o caso, seleciona rótulos que atendem à expectativa do consumidor. Essencialmente, escolhem o vinho baseado nos clichês mais populares: Malbecs e Carmeneres são frutados e densos, Cabernets têm que ser intensos e encorpados, brancos têm que ser jovens e claros, vinhos bons têm que ser barricados. Em função do conhecimento de que o clichê vende, vinícolas produzem de acordo com esta realidade de mercado. A questão é que a qualidade do vinho é definida pela qualidade da uva, e esta qualidade é o que deveria determinar o estilo de vinho a ser produzido. Entretanto, para atingir o resultado desejado, algumas vinícolas forçam os processos enológicos em detrimento da qualidade final do produto. O resultado é um vinho demasiadamente manipulado que costuma ser inferior a outro que respeita as possibilidades de sua matéria prima.  

Portanto, fique atento a essa realidade. Vinhos mais baratos não são muito encorpados, concentrados ou barricados. Desconfie se você encontrar informações no contrarrótulo que não condizem com esta realidade.

Uvas mais baratas produzem vinhos mais simples. E há muitas virtudes no vinho simples. Aceite o vinho como ele deveria ser. Isso pode, inclusive, abrir seu horizonte para muitas outras regiões e uvas. 

No Restaurante 

No restaurante, fale como o(a) Sommelier(e) e ouça o que ele(a) tem a dizer. Respeite, especialmente se ele ou ela estiver interessado(a) nas suas preferencias pessoais. Seja claro e indique o que busca e o quanto está disposto a gastar. O profissional não está ali para julga-lo(a), mas sim para melhorar a sua experiência no restaurante.

Leia E o tal do Sommelier?

Caso queira um pouco mais de contexto, seguem algumas observações:

Em algumas cartas de vinhos, as margens de lucro costumam ser elásticas. Elas são maiores para os vinhos mais baratos e menores para os vinhos mais caros. Os motivos para isso são amplos e podem ser vistos como polêmicos. Mas isso é matéria para outro artigo. Portanto, gastando-se de 15-20% a mais que o valor do vinho mais barato da casa tem-se um ganho de qualidade proporcionalmente maior. Pelo preço de uma entrada do cardápio, você possivelmente vai beber um vinho muito superior.

Enquanto uma carta com rótulos familiares gera uma sensação de conforto em muitos consumidores, uma carta com rótulos obscuros e/ ou regiões pouco comuns pode ser um excelente sinal. Isso pode indicar que o responsável pela carta investiu tempo e recursos para montar uma carta cheia de vinhos interessantes. Explore!

Em Sites

A conveniência do comércio eletrônico tem ganhado importância nos últimos tempos. Seja qual for o motivador, esta tendência deve continuar. E com a segmentação do mercado, conseguimos identificar algumas propostas diferentes. Você pode comprar direto da importadora e ficar limitado ao portfolio da empresa, em um site que foca em suas próprias importações ou em sites como a Onivino que trabalha com muitas importadoras e que tem o propósito de oferecer uma grande diversidade e flexibilidade na hora de fazer a sua seleção.

Na Onivino valorizamos a diversidade e a qualidade. E na diversidade é que oferecemos orientação. Investimos na compilação de informações sobre o vinho. Quando possível, mostramos a nota de degustação e pontuação de críticos como James Suckling e o time da RobertParker.com. Filtramos as informações institucionais de vinícolas a fim de evitar os exageros comuns quando essas descrevem seus próprios vinhos.

Convidamos o cliente a navegar por essas informações para identificar as características do vinho e a proposta da vinícola. Essas informações podem ser valiosas para lhe ajudar na escolha do vinho correto para você.

E para as regrinhas básicas mencionadas no início do artigo: “Para vinhos baratos, Chile e Argentina”, “Tinto para carne, branco para peixe”, “Não compre garrafas que forem armazenadas em pé”…  Por favor, esqueça. Ou deixaram de ser relevantes ou nunca valeram. É necessário mais do que um artigo para abordar todos os mitos do mundo do vinho

Texto originalmente postado na Onivino

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